O Pasquim: tudo que você precisa saber sobre o jornal satírico

Se você curte uma boa dose de humor ácido misturado com crítica política, o O Pasquim é um nome que não dá para ignorar. Surgiu na década de 60, num momento em que o Brasil vivia forte repressão, e acabou se tornando referência para quem queria se expressar sem medo.

Como nasceu o O Pasquim

O Pasquim foi criado em 1969 por um grupo de jornalistas e escritores que não aguentavam o silêncio imposto pela ditadura. Entre os fundadores estavam o legendário Sérgio Lobo, Jaguar (Júlio Soares), Millôr Fernandes e o desenhista Jaguar. Eles lançaram o primeiro número em meio a protestos estudantis, usando o humor como escudo contra a censura.

O estilo que marcou uma geração

Ao contrário dos jornais tradicionais, o Pasquim apostou em cartoons, charge político‑social e textos irônicos. Cada página parecia uma conversa de bar, cheia de gírias, trocadilhos e críticas mordazes. Enquanto a maioria das publicações evitava assuntos delicados, o Pasquim enfrentava de frente governantes, militares e a própria elite econômica.

Essa abordagem provocou reações imediatas: a censura tentou bloquear algumas edições, mas a equipe driblava cortes criando versões alternativas. O Pasquim virou atalho para quem queria entender o que realmente acontecia no país, sem filtros oficiais.

Impacto político e cultural

Durante os anos de chumbo, o Pasquim ajudou a moldar a opinião pública, incentivando a resistência e a mobilização estudantil. Seu humor inteligente virou ferramenta de união entre diferentes grupos de oposição. Além disso, inspirou novos formatos de mídia, como programas de TV satíricos e sites de humor que ainda vemos hoje.

A influência do Pasquim foi tão grande que até artistas internacionais citavam suas charges. No fim da década de 70, o jornal já era estudado nas universidades como exemplo de jornalismo crítico e criativo.

Legado e relevância hoje

Mesmo depois de fechar as portas impressas nos anos 90, o espírito do Pasquim vive em blogs, podcasts e páginas de memes. Muitas publicações atuais adotam seu tom irreverente para comentar política, mostrando que a fórmula de humor + crítica ainda funciona.

Se você quer entender como a imprensa pode ser ferramenta de mudança, olhar o Pasquim é essencial. Ele prova que, mesmo sob forte repressão, a criatividade consegue encontrar brechas para dizer a verdade.

Onde encontrar o Pasquim agora

Felizmente, a maioria das edições foi digitalizada e está disponível em arquivos online de universidades e bibliotecas. Sites de cultura e projetos de preservação digital oferecem PDFs gratuitos para leitura. Também existem coletâneas impressas que reúnem as charges mais marcantes, ótimas para quem prefere o papel.

Explore esses recursos e veja como o humor pode ser arma poderosa. Se ainda não conhece o Pasquim, vale a pena dar uma olhada – você vai entender por que ele ainda é referência para gerações de jornalistas e humoristas.

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25 ago

Jaguar morre aos 93: o cartunista que fez de O Pasquim a voz mais afiada contra a ditadura

Morreu no Rio, aos 93 anos, o cartunista Jaguar, cofundador de O Pasquim e referência do humor político no Brasil. Ele transformou um jornal de bairro em fenômeno nacional e virou símbolo de resistência à censura. Sua trajetória cruza a história da imprensa, da cultura e da ditadura. O legado segue vivo em charges, colunas e no jornalismo que fala direto com o leitor.