Ditadura Militar no Brasil: o que você precisa saber

A Ditadura Militar começou em 1964, quando um golpe derrubou o governo democraticamente eleito e instalou um regime autoritário que durou 21 anos. Na prática, quem estava no poder era um conjunto de generais que controlavam tudo: a política, a imprensa, a economia e até a cultura. O país passou por decretos que censuravam jornais, prendiam opositores e fechavam partidos.

Como tudo começou

O golpe de 31 de março de 1964 foi justificado pelos militares como uma necessidade de proteger o Brasil do comunismo. Na realidade, foi um movimento apoiado por setores conservadores da sociedade e pelos Estados Unidos, que temiam uma guinada à esquerda. Logo depois, o presidente João Goulart foi exilado, e um governo militar assumiu, com o presidente Costa Cruz, depois o Castelo Branco e, por fim, o famoso regime do AI‑5 (Ato Institucional nº 5) que chegou em 1968.

O AI‑5 deu ao governo poderes quase ilimitados: fechamento de congressos, suspensão de direitos civis e prisão sem julgamento. Milhares de pessoas foram torturadas, desaparecidas ou forçadas ao exílio. A censura atingiu músicas, peças de teatro, filmes e até livros escolares.

Resistência e legado

Mesmo com a repressão, surgiram movimentos de resistência. Estudantes organizaram protestos, sindicatos fizeram greves e grupos como a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e a BR (Brigadas Revolucionárias) levaram à cabo ações de guerrilha. Na década de 70, a luta se intensificou com a campanha das Diretas Já, que exigia eleições diretas para presidente.

O fim da Ditadura começou a aparecer nos anos 80, quando a economia enfraqueceu, a pressão internacional cresceu e o próprio exército começou a se dividir. Em 1985, o civil Tancredo Neves foi eleito indiretamente, mas faleceu antes de assumir, e José Sarney acabou tomando o cargo, marcando a transição para a democracia.

Hoje, o Brasil ainda debate como lidar com esse passado. As comissões da Verdade investigam abusos, enquanto alguns grupos defendem a “glorificação” da época, lembrando supostos avanços econômicos. O que fica claro é que a memória desse período é essencial para evitar que erros se repitam.

Se você quer entender melhor a Ditadura Militar, vale assistir a documentários, ler depoimentos de quem viveu na época e acompanhar os debates atuais sobre justiça e reparação. Conhecer a história ajuda a reconhecer sinais de autoritarismo e a valorizar a democracia que construímos ao longo dos anos.

Em resumo, a Ditadura Militar foi um período de violência e censura, mas também deu origem a fortes movimentos de luta por liberdade. A forma como lembramos esse tempo reflete quem somos como sociedade. Fique atento, questione, e nunca pare de buscar a verdade.

Jaguar morre aos 93: o cartunista que fez de O Pasquim a voz mais afiada contra a ditadura +
25 ago

Jaguar morre aos 93: o cartunista que fez de O Pasquim a voz mais afiada contra a ditadura

Morreu no Rio, aos 93 anos, o cartunista Jaguar, cofundador de O Pasquim e referência do humor político no Brasil. Ele transformou um jornal de bairro em fenômeno nacional e virou símbolo de resistência à censura. Sua trajetória cruza a história da imprensa, da cultura e da ditadura. O legado segue vivo em charges, colunas e no jornalismo que fala direto com o leitor.