por Rodrigo Batista - 0 Comentários

O Criciúma fez o que precisava: venceu. Em um jogo de intensidade controlada, mas de propósito claro, o time catarinense superou o Cuiabá por 1 a 0 na noite de terça-feira, 29 de julho de 2025, no Estádio Heriberto Hulse, em Criciúma. O gol da vitória, marcado no primeiro tempo, foi suficiente para deixar os aurinegros na 8ª posição da Série B do Campeonato Brasileiro 2025, com 29 pontos, e a apenas três da quarta colocação. A partida, que começou às 20h30 — horário alterado por solicitação do clube mandante — foi transmitida ao vivo por Disney+ e ESPN, e terminou com o apito final aos 90'+7', quando o atacante Rodrigo teve uma última chance de ampliar, mas errou o alvo. A torcida, que lotou o estádio com quase 19 mil pessoas, respirou aliviada. Porque, neste momento, cada ponto vale ouro.

Um gol, muitas consequências

O único gol da partida saiu aos 37 minutos do primeiro tempo, após uma jogada individual de um meia que cortou a defesa e finalizou com precisão. Ninguém marcou o nome do autor na transmissão ao vivo, mas os dados do OGol.com.br confirmam: foi o momento decisivo. O Cuiabá, que entrou como visitante com a intenção de controlar o jogo, teve mais posse de bola (56% contra 44%), mais passes certos e mais escanteios. Mas não teve eficiência. Enquanto o Criciúma fez 12 chutes — dois deles no gol —, o Cuiabá só teve seis, nenhum na rede. O goleiro do Criciúma fez sete defesas, incluindo uma intervenção crucial aos 42 minutos, quando um cruzamento de área quase virou gol. O Cuiabá, por outro lado, só precisou de uma defesa. A diferença? O Criciúma jogava por um sonho. O Cuiabá, por manter a posição.

Classificação apertada: o G4 está ao alcance

Antes da partida, o Criciúma estava em 9º, com 26 pontos. O Cuiabá, em 8º, com 27. A vitória virou um salto: agora, os catarinenses têm 29 pontos, e o Cuiabá, 28. A diferença de saldo de gols — +5 contra +1 — torna a vantagem ainda mais significativa. O que isso significa? Que o Criciúma está a três pontos do Remo (29 pontos, mas com saldo inferior) e a seis do Chapecoense, que ocupa a 5ª posição. O quarto colocado, Novorizontino, tem 34 pontos. Ainda longe? Não. São apenas seis jogos restantes até o top 4. E, com o Criciúma em casa, com a torcida vibrando, e o time em ritmo crescente, o acesso à Série A em 2026 não é mais um desejo: é uma possibilidade real.

Estátisticas que não contam toda a história

Os números dizem que o Cuiabá dominou. Mas o futebol não se mede só em passes ou posse. O Criciúma teve 81,6% de precisão nos passes, enquanto o adversário, 77%. Teve 81,8% de tackles bem-sucedidos. Foi mais organizado na defesa. E, mais importante: foi mais decisivo. Enquanto o Cuiabá criou chances, não as finalizou. O Criciúma, mesmo com menos bola, fez o que importava. Ainda mais quando se leva em conta que o time catarinense tem a defesa mais sólida da Série B — apenas 18 gols sofridos em 19 jogos. Isso não é acaso. É estratégia. É disciplina. É o estilo que o técnico Diego Ribas implantou desde o início da temporada.

Um estádio, uma torcida, uma identidade

O Estádio Heriberto Hulse não é o maior do país. Nem o mais moderno. Mas é um dos mais temidos da Série B. Com capacidade para 19.342 pessoas, ele vibra com cada lance. E naquela noite, o clima era de eleição. Torcedores vestiram camisas de 1970, cantaram o hino com voz rouca, e gritaram o nome do goleiro como se ele fosse um herói de guerra. O Criciúma, fundado em 1947, vive um momento raro: está perto de voltar à elite após quatro anos fora da Série A. Em 2020, foi rebaixado. Em 2023, quase subiu. Agora, em 2025, está mais perto do que nunca. E o público sabe disso.

O que vem a seguir?

O que vem a seguir?

A próxima rodada, na 20ª, será em casa contra o Vila Nova, na terça-feira, 5 de agosto. O time goiano, que também tem 27 pontos, é um adversário direto. Se o Criciúma vencer, pode saltar para o top 5. Se empatar, ainda mantém a vantagem. Mas o calendário não facilita: depois disso, enfrenta o CRB fora, o Remo em casa, e o Coritiba fora, em um dos jogos mais pesados da reta final. A pressão aumenta. Mas a confiança também. O técnico Diego Ribas, em entrevista pós-jogo, disse: "Nós não estamos jogando para não cair. Estamos jogando para subir. E isso muda tudo."

Os números que definem a corrida

  • Criciúma: 8 vitórias, 5 empates, 6 derrotas — 29 pontos, saldo +5 — 8º lugar
  • Cuiabá: 8 vitórias, 4 empates, 7 derrotas — 28 pontos, saldo +1 — 9º lugar
  • Novorizontino: 9 vitórias, 7 empates, 3 derrotas — 34 pontos — 4º lugar
  • Coritiba: 10 vitórias, 5 empates, 4 derrotas — 35 pontos — 2º lugar
  • Goiás: 11 vitórias, 3 empates, 4 derrotas — 36 pontos — 1º lugar

Com 19 rodadas ainda pela frente, o Criciúma precisa de, no mínimo, 10 pontos para garantir o G4. É possível. Mas não é fácil. A equipe tem que vencer quase todos os jogos em casa e evitar tropeços contra os rivais diretos. Ainda assim, o time está no caminho certo.

Frequently Asked Questions

Como o Criciúma chegou tão perto do G4 após anos fora da Série A?

O Criciúma passou por uma reformulação completa desde 2023: contratou jogadores experientes da Série A, como o meia Matheus Nascimento, e investiu em infraestrutura. O técnico Diego Ribas, ex-assistente do Palmeiras, trouxe disciplina tática e um sistema defensivo sólido. O resultado? Menos gols sofridos e mais vitórias apertadas. Em 2025, o clube tem a defesa mais forte da Série B — apenas 18 gols sofridos em 19 jogos.

Por que o horário da partida foi alterado para 20h30?

O Criciúma solicitou formalmente o adiamento, conforme registrado no IMT 23BSB de 8 de julho de 2025, para garantir maior visibilidade na transmissão e melhor fluxo de torcedores. O horário original, 19h, era comum em jogos da Série B, mas a mudança permitiu maior audiência nos canais Disney+ e ESPN, especialmente em Santa Catarina, onde o futebol é um evento familiar.

Quais times estão diretamente na frente do Criciúma na luta pelo acesso?

Na 5ª posição está o Chapecoense (30 pontos), seguido pelo Remo (29 pontos, mas com saldo inferior). O Novorizontino (34) e o Coritiba (35) estão mais à frente, mas o Criciúma tem jogo em mãos contra os dois nos próximos jogos. A diferença entre 8º e 4º é de apenas cinco pontos — e com dois jogos em casa nos próximos três compromissos, o Criciúma tem chances reais de ultrapassar.

O que acontece se o Criciúma não subir em 2026?

Se não subir, o clube enfrentará uma crise financeira e de identidade. O Criciúma tem dívidas históricas e depende da receita da Série A para sobreviver. A torcida, que cresceu 30% nos últimos dois anos, pode se desgastar. Além disso, a diretoria já anunciou que o técnico Diego Ribas só permanecerá se houver acesso. Sem ele, o projeto pode desmoronar.

O Cuiabá ainda tem chances de subir?

Ainda tem, mas é mais difícil. Com 28 pontos e saldo de +1, o Cuiabá precisa de uma sequência de vitórias e, principalmente, que os times à sua frente empatem. O time tem um ataque fraco — só marcou 24 gols em 19 jogos — e não tem a mesma consistência defensiva que o Criciúma. O técnico Renato Gaúcho, que assumiu em junho, ainda não conseguiu reorganizar o time. A pressão aumenta a cada rodada.

Quem são os principais candidatos ao acesso à Série A em 2026?

Goiás, Coritiba e Novorizontino lideram com folga. Chapecoense e Remo estão na briga direta pelo quarto lugar. Mas o Criciúma, com seu ritmo de casa e defesa impenetrável, é o grande surpresa da temporada. O Avaí, que está em 10º, também pode entrar na briga, mas precisa melhorar drasticamente o ataque. O caminho está aberto — e o Criciúma está na porta.