por Caio Ribeiro - 0 Comentários

Europa entra em colapso: apagão deixa milhares sem luz e paralisa serviços essenciais

Imagine acordar numa segunda-feira, pronto para enfrentar a rotina, e perceber que nada funciona. Foi isso que milhares de pessoas viveram em Espanha, Portugal e até em partes da França e Andorra depois do maior apagão europeu em anos, no dia 28 de abril de 2025. A queda de energia pegou todos de surpresa por volta das 7h33 (horário de Brasília) e, de repente, cidades inteiras lidavam com o caos silencioso causado pela falta de eletricidade. Bancos, trens, aeroportos, internet – tudo parou de funcionar ao mesmo tempo.

Logo nos primeiros minutos, ficou claro que a situação era fora do normal. Os transportes públicos sentiram o baque: metros de Madrid, Lisboa e Porto pararam subitamente, com milhares de passageiros presos nas plataformas. Bonde e linhas de ônibus em várias cidades também ficaram suspensos. Quem precisava voar para cumprir agenda ou começar as férias enfrentou filas enormes e atrasos nos aeroportos de Lisboa, Porto, Madrid e Barcelona. Vídeos gravados por passageiros mostravam salões de embarque lotados e painéis de voo completamente apagados.

A crise não se limitou ao transporte. Redes de telecomunicação sofreram falhas, deixando clientes sem sinal de celular e muitas casas sem internet. Isso travou serviços bancários eletrônicos, e clientes de hotéis tiveram dificuldades até para acessar seus quartos, já que as fechaduras digitais ficaram inoperantes. Nas ruas, comerciantes tentavam se virar com máquinas de cartão fora do ar e sistemas de estoque inativos. Em pleno século XXI, a vida digital virou analógica da noite para o dia.

Causas sob investigação e reações em cadeia

Causas sob investigação e reações em cadeia

Rapidamente surgiram especulações sobre uma possível ofensiva de hackers, um tema que sempre gera medo quando o assunto é infraestrutura crítica. Mas ainda no início da tarde, o Centro Nacional de Cibersegurança de Portugal deixou claro: não havia indícios de ataque digital. Tudo apontava para um problema técnico na rede elétrica de alta tensão na Espanha, que teria se espalhado e afetado os países vizinhos, ilustrando a dependência mútua da rede europeia.

Para tentar conter o estrago, os governos português e espanhol convocaram reuniões de emergência. Técnicos da E-Redes e da REN, em Portugal, e da Red Eléctrica de España, se desdobraram para estabilizar o sistema. A prioridade era garantir a energia nos grandes centros e serviços críticos, como hospitais. Usinas hidrelétricas e termelétricas foram acionadas às pressas, principalmente a de Castelo de Bode e Tapada do Outeiro, para produzir energia local e injetar na rede.

Membros da Comissão Europeia acompanharam tudo de perto, em diálogo com líderes nacionais. A operação de restabelecimento foi gradual. Em cidades como Abrantes, Santarém e Porto, a luz voltou em parte das casas ainda pela manhã, mas outras regiões seguiram no escuro até o meio da tarde. Lisboa, epicentro do pânico, foi alertada para possível interrupção no fornecimento de água, já que as bombas dependem de energia. A EPAL, responsável pelo fornecimento na capital, pediu para moradores economizarem água.

  • Serviços de saúde ativaram geradores, enquanto ambulâncias enfrentaram dificuldades para circular sem semáforos.
  • Redes sociais se encheram de relatos de pessoas presas em elevadores ou sem acesso a informações básicas.
  • Turistas relataram transtornos depois de passarem horas sem conseguir chegar ou sair de hotéis.

Mesmo com a energia voltando aos poucos, o apagão expôs um problema antigo: a vulnerabilidade dos sistemas integrados de eletricidade na Europa. Um erro ou falha em um país pode gerar efeito dominó e derrubar serviços em grandes cidades de territórios vizinhos. Para quem paga a conta e depende da eletricidade para quase tudo, ficou a sensação de que há muita coisa pendente nas promessas de modernização da infraestrutura europeia.