Ameaças racistas: o que são e como lidar

Se você já recebeu mensagens ou viu comentários que trazem ódio por causa da cor da pele, religião ou origem, está lidando com uma ameaça racista. Esse tipo de agressão não é só desrespeito, pode ser crime. Vamos conversar sobre como identificar essas situações, o que a lei diz e o que fazer na prática.

Como identificar ameaças racistas

O primeiro passo é reconhecer o comportamento. Qualquer fala, texto ou gesto que indique inferioridade, intimidação ou incitação à violência contra alguém por sua raça ou etnia entra nessa categoria. Não precisa ser um palavrão; palavras como "você não deveria estar aqui" ou "só porque você é negro, vai ser punido" já são ameaças. Também vale ficar atento a símbolos, memes ou imagens que reforcem estereótipos negativos.

Outro sinal são as ameaças veladas em redes sociais. Um comentário que diz "é melhor se você desaparecer, peles negras?" pode parecer brincadeira, mas a intenção de intimidar está lá. Se a mensagem vier acompanhada de promessa de machucar ou de expor informações pessoais, isso aumenta o risco.

O que fazer ao receber uma ameaça

Não guarde para você. Salve provas: prints de telas, registros de áudio, e-mails. Essas evidências ajudam a polícia e o Ministério Público a abrir um inquérito. Depois, procure a delegacia especializada em crimes de ódio ou a delegacia da mulher, que costuma atender casos de discriminação.

Se a ameaça veio online, denuncie na própria plataforma (Facebook, Instagram, Twitter etc.). Elas têm canais de denúncia que podem remover o conteúdo e bloquear o autor. Também é possível registrar um boletim de ocorrência pelo site da polícia ou, em alguns estados, por aplicativo.

A lei brasileira trata essas situações como crime. O artigo 1º da Lei 7.716/1989 (Lei do Racismo) criminaliza a prática de rituais ou atos que promovam a discriminação ou preconceito. A pena pode chegar a quatro anos de prisão, e a punição pode ser aumentada se houver incitação à violência.

Além da esfera legal, procure apoio emocional. Organizações como o Conselho Tutelar, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos e ONGs de direitos humanos oferecem orientação e suporte psicológico. Falar com amigos, familiares ou um psicólogo ajuda a lidar com o estresse causado pela agressão.

Outra dica prática: mantenha seus perfis protegidos. Ajuste as configurações de privacidade, bloqueie quem está enviando conteúdo ofensivo e, se necessário, mude senhas. Essas medidas reduzem a chance de novos ataques.

Por fim, lembre‑se de que o combate ao racismo é responsabilidade de todos. Se perceber alguém sendo alvo de ameaças, ofereça apoio e denuncie. A união fortalece a rede de proteção e ajuda a criar um ambiente mais seguro para quem sofre esse tipo de violência.

Em resumo, reconhecer, registrar, denunciar e buscar apoio são os passos essenciais para enfrentar ameaças racistas. Não deixe que o medo impeça a ação; a lei está do seu lado e a sociedade precisa da sua voz.

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