por Caio Ribeiro - 0 Comentários

Em um episódio que tem gerado polêmica e discussão sobre os limites da liberdade artística, o rapper Oruam foi detido em 20 de fevereiro de 2025, em Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O incidente ocorreu após Oruam tentar escapar de uma blitz policial com uma manobra de direção arriscada, conhecida como 'cavalo de pau', em plena Avenida Lúcio Costa. A tentativa de fuga levou à sua detenção por agentes da 16ª Delegacia de Polícia.

O caso de Oruam rapidamente se transformou em um ponto focal para discussões mais amplas sobre a responsabilidade social dos artistas e a influência de suas obras no comportamento dos jovens. Recentemente, legisladores como os vereadores Pedro Duarte (Novo) e Talita Galhardo (PSDB) têm promovido a chamada lei 'anti-Oruam'. Essa iniciativa visa impedir que recursos municipais financiem artistas que, de alguma forma, glorifiquem o crime ou a cultura das drogas, especialmente em eventos direcionados ao público jovem. A proposta já encontrou suporte em metrópoles como São Paulo e Brasília.

Conhecido no cenário musical por seu nome artístico, Oruam é na verdade Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, filho de Marcinho VP, uma figura notória por seu envolvimento com a organização criminosa Comando Vermelho. Em suas músicas e interações nas redes sociais, que somam mais de 10 milhões de ouvintes no Spotify e 9 milhões de seguidores no Instagram, Oruam não esconde suas convicções, frequentemente mencionando a prisão de seu pai e justificando que ele 'está pagando por seus erros'.

Além disso, sua carreira não é estranha às controvérsias. Uma tatuagem de Elias Maluco, traficante associado ao assassinato do jornalista Tim Lopes, é apenas um dos exemplos que alimentam discussões sobre sua postura. Durante apresentações ao vivo, Oruam não hesita em fazer apelos pela libertação de seu pai, o que, para muitos, reforça as preocupações que levaram à proposta da nova legislação.

Esse cenário representa uma tensão crescente no Brasil sobre até onde o direito à liberdade artística pode ser exercido sem consequências sociais negativas. O debate ao redor da lei 'anti-Oruam' não é apenas sobre a música em si, mas sobre as mensagens subjacentes e a responsabilidade de influenciar as futuras gerações de maneira positiva.