Declaração de prisão política no STF
Em audiência realizada nesta quinta‑feira na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, Filipe Martins declarou que se considera um prisioneiro político. Segundo o ex‑assessor internacional de Jair Bolsonaro, ele teve sua liberdade de expressão limitada: não pode ser filmado, fotografado ou conceder entrevistas. "Essa é a primeira vez que falo. Esperei quase dois anos para contar a minha versão", afirmou durante a sessão conduzida pelo juiz auxiliar Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
Contexto da investigação e medidas restritivas
A declaração surge dentro de uma investigação que persegue réus dos chamados núcleos 2 e 4 do suposto "plano golpista". Martins foi detido por seis meses sob acusação de participar da redação de um documento que apontaria para um golpe de estado. Embora tenha sido solto, ele continua sujeito a diversas medidas cautelares impostas por Moraes.
- Uso permanente de tornozeleira eletrônica;
- Proibição de acessar redes sociais e de qualquer contato com a imprensa;
- Obrigação de comparecer semanalmente a uma delegacia para prestar informações.
Martins alega que, durante quase dois anos, sua voz foi "revogada" e que sofreu censura institucional. Ele ainda aponta inconsistências nos registros de viagens que foram usados para justificar sua prisão, alegando que o Sistema de Alfândega dos EUA indicou entradas que ele nunca realizou.
A controvérsia sobre a veracidade desses documentos tem alimentado críticas de apoiadores de Bolsonaro, que veem no caso um exemplo de perseguição política. Organizações de direitos humanos monitoram a situação, questionando se as restrições impostas violam garantias constitucionais de liberdade de expressão e de imprensa.
Os próximos passos do processo ainda dependem de novas audiências e de possíveis recursos apresentados pela defesa de Martins. Enquanto isso, o ex‑assessor permanece monitorado eletronicamente e mantém o silêncio imposto, aguarda a oportunidade de expor sua versão completa dos fatos ao público.
7 Comentários
Nicoly Ferraro-29 setembro 2025
Isso aqui é um pesadelo constitucional 😔 A gente tá vivendo num país onde falar é crime? Se ele não pode dar entrevista nem postar nas redes, como a gente vai saber a verdade? 🤦♀️
isaela matos-30 setembro 2025
Mais um bolsonarista se achando vítima porque perdeu o direito de espalhar fake news. Traz a prova que ele não fez nada, senão cala a boca e deixa o Judiciário funcionar.
Carla Kaluca- 2 outubro 2025
e se o sistema de alfandega dos eua ta errado? isso nao prova nada nao tipo... ele pode ter sido confudido com alguem com o mesmo nome? ou o sistema so ta bugado? kkkk mas a tornozeleira e tipo... sério? isso é mesmo legal?
TATIANE FOLCHINI- 4 outubro 2025
Você acha que ele tá sendo perseguido? Mas e se ele realmente tivesse envolvimento? E se esse documento fosse real? Você já pensou nisso? Ou só quer achar um bode expiatório pra sua raiva?
Luana Karen- 5 outubro 2025
A liberdade de expressão não é só o direito de falar, é o direito de ser ouvido. Quando o Estado silencia alguém por dois anos, mesmo que com medidas cautelares, ele está criando um vácuo de verdade. E nesse vácuo, o medo cresce. Isso não é justiça, é controle. E isso dói mais do que qualquer prisão física. Nós, como sociedade, precisamos olhar pra isso com os olhos da humanidade, não da ideologia.
Luiz Felipe Alves- 6 outubro 2025
O sistema de alfândega dos EUA não registra entradas por nome completo, mas por passaporte. Se ele viajou com outro documento, ou se alguém usou seu CPF pra algo, o sistema só aponta o número. Isso não é prova de inocência, é prova de que o sistema é falho. E se ele não pode dar entrevista, como a gente sabe se ele tá mentindo ou não? A censura não é só sobre o que se fala, é sobre quem pode falar. E isso é perigoso.
Ana Carolina Campos Teixeira- 8 outubro 2025
A instituição judicial não é um palco para narrativas pessoais. As medidas cautelares foram decretadas com base em elementos concretos de investigação. Alegações de perseguição política não anulam a necessidade de preservar a ordem democrática. Silêncio não é opressão, é consequência de ações que transcendem a esfera individual.