por Rodrigo Batista - 0 Comentários

Declaração de prisão política no STF

Em audiência realizada nesta quinta‑feira na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, Filipe Martins declarou que se considera um prisioneiro político. Segundo o ex‑assessor internacional de Jair Bolsonaro, ele teve sua liberdade de expressão limitada: não pode ser filmado, fotografado ou conceder entrevistas. "Essa é a primeira vez que falo. Esperei quase dois anos para contar a minha versão", afirmou durante a sessão conduzida pelo juiz auxiliar Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.

Contexto da investigação e medidas restritivas

Contexto da investigação e medidas restritivas

A declaração surge dentro de uma investigação que persegue réus dos chamados núcleos 2 e 4 do suposto "plano golpista". Martins foi detido por seis meses sob acusação de participar da redação de um documento que apontaria para um golpe de estado. Embora tenha sido solto, ele continua sujeito a diversas medidas cautelares impostas por Moraes.

  • Uso permanente de tornozeleira eletrônica;
  • Proibição de acessar redes sociais e de qualquer contato com a imprensa;
  • Obrigação de comparecer semanalmente a uma delegacia para prestar informações.

Martins alega que, durante quase dois anos, sua voz foi "revogada" e que sofreu censura institucional. Ele ainda aponta inconsistências nos registros de viagens que foram usados para justificar sua prisão, alegando que o Sistema de Alfândega dos EUA indicou entradas que ele nunca realizou.

A controvérsia sobre a veracidade desses documentos tem alimentado críticas de apoiadores de Bolsonaro, que veem no caso um exemplo de perseguição política. Organizações de direitos humanos monitoram a situação, questionando se as restrições impostas violam garantias constitucionais de liberdade de expressão e de imprensa.

Os próximos passos do processo ainda dependem de novas audiências e de possíveis recursos apresentados pela defesa de Martins. Enquanto isso, o ex‑assessor permanece monitorado eletronicamente e mantém o silêncio imposto, aguarda a oportunidade de expor sua versão completa dos fatos ao público.