Atriz icônica da TV brasileira, Betty Gofman, de 60 anos, foi vista nesta semana passeando pela orla de Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, com seu cachorro dentro de um carrinho de bebê — um gesto que, por mais inusitado que pareça, é perfeitamente natural para quem se tornou mãe de gêmeas aos 45. Sem maquiagem, vestida com um moletom largo e óculos escuros, ela caminhava tranquila, como se o mundo não soubesse que, em poucos meses, voltará aos holofotes em uma das novelas mais aguardadas da Rede Globo.
De Ipanema ao palco das seis
O encontro casual com a atriz na areia de Ipanema não foi só um momento de vida cotidiana — foi um contraponto poético à sua trajetória. Enquanto muitos celebram o retorno de estrelas da TV com looks impecáveis e entrevistas programadas, Betty apareceu como ela é: mãe, carioca, sem filtros. As gêmeas, nascidas em 2010, já têm 15 anos. E o carrinho? "É o jeito dela de levar o cachorro", disse uma moradora que a reconheceu. "Ela sempre foi assim: direta, sem teatralidade. Acho que o carrinho é só mais um acessório na vida dela." Mas o verdadeiro foco da atenção agora não é o passeio — é o que vem pela frente. Em 30 de junho de 2025, a novela 'Êta Mundo Melhor'Rede Globo estreia às 18h, e Betty volta aos capítulos como Medeia Castela, uma mulher abandonada pelo marido que se muda para o sítio da irmã, Cunegundes (Elizabeth Savala), e do cunhado Quinzinho (Ary Fontoura). A personagem é emotiva, obsessa por radionovelas — e, curiosamente, torce por uma rival: Olímpia Castelar, interpretada por sua irmã real, Rosane Gofman.As irmãs que nunca atuaram juntas — até agora
O fato de Betty e Rosane Gofman, ambas atrizes de carreira consolidada, finalmente dividirem a mesma trama é quase um milagre na TV brasileira. Apesar de terem começado no teatro juntas nos anos 1980, nunca chegaram a contracenar em novela. "Achei engraçado o convite, porque tenho pensado que alguém tinha de nos chamar para fazer uma novela juntas", contou Betty à coluna Play do O Globo. "Nossas personagens não se encontram ainda... mas Medeia ouve a radionovela que a Olímpia participa. Ela é apaixonada. Toda emotiva." Rosane, por sua vez, vive uma mulher ambiciosa e competitiva no mundo das rádios, rivalizando com Dita (Jeniffer Nascimento). A tensão entre as irmãs na trama reflete, de certa forma, a dinâmica real: diferentes estilos, mas mesma potência cômica. "Somos duas comediantes também. Acho divertido, interessante. Quem sabe dão um jeito de a gente se encontrar na trama? Seria superlegal", brincou Betty.
Uma carreira que não para
Betty Gofman estreou na TV em 1985, na novela Ti Ti Ti, como a ingênua Eduarda. Desde então, tornou-se sinônimo de comicidade com alma. Em Cortina de Vidro (1989), foi protagonista — raro para uma atriz de caráter. Em O Dono do Mundo (1991), Em Família (2014) e Travessia (2022), mostrou versatilidade além do riso. Ganhou o Prêmio Shell, foi homenageada no Miami Brazilian Film Festival e foi indicada ao Prêmio Guarani. Mas o que a define mesmo é a autenticidade. Ela não busca fama; busca histórias.Por que isso importa?
Em um momento em que a indústria da televisão valoriza jovens rostos e perfis "instagramáveis", Betty Gofman é um contraponto necessário. Ela não é uma celebridade que se vende por aparência — é uma artista que se vende por presença. Aos 60, mãe de gêmeas, vivendo com naturalidade o que a vida lhe deu — e ainda assim, sendo chamada para interpretar uma das personagens mais complexas da nova novela das seis — ela desafia o que se espera de uma mulher na TV. Não é uma aposentada. É uma artista em plena forma.
O que vem depois?
Com a estreia de Êta Mundo Melhor em junho, tudo pode mudar. Se o público reagir bem ao duo das irmãs Gofman, nada impede que, em futuras temporadas, Medeia e Olímpia se encontrem de verdade — e talvez até se reconciliem. Por enquanto, a única certeza é que, nas ruas de Ipanema, Betty continua sendo ela mesma: uma mulher que caminha com o cachorro no carrinho, sem pressa, sem preocupação com o que os outros pensam. E isso, talvez, seja o maior ato de coragem.Frequently Asked Questions
Como Betty Gofman conseguiu engravidar de gêmeas aos 45 anos?
Betty Gofman engravidou de gêmeas em 2010, aos 45 anos, por meio de fertilização in vitro, um procedimento comum para mulheres que engravidam tardia. Na época, ela falou em entrevista que foi um processo difícil, mas desejado. As filhas, hoje com 15 anos, são sua maior fonte de alegria e inspiração, e ela já disse que a maternidade a transformou como mulher e como atriz.
Por que a novela 'Êta Mundo Melhor' é tão aguardada?
Escrita por Walcyr Carrasco e Mauro Wilson, a novela promete misturar drama, humor e crítica social com uma trama envolvendo radionovelas, famílias tradicionais e novos valores. A inclusão de Betty e Rosane Gofman, duas atrizes lendárias da TV brasileira, somada à presença de Elizabeth Savala e Ary Fontoura, eleva o nível artístico e desperta nostalgia entre o público, que já começou a especular sobre os encontros entre as personagens.
Betty Gofman já fez outros papéis como mãe na TV?
Sim. Em Em Família (2014), ela interpretou uma mãe de adolescente em crise, e em Órfãos da Terra (2019), viveu uma mulher que perdeu um filho. Mas nenhum papel se compara à sua realidade como mãe de gêmeas. Ela mesmo disse que a experiência de ser mãe a tornou mais empática, e isso se reflete nas escolhas de personagens que aceita hoje — todas com camadas emocionais profundas.
Qual a relação entre Betty e Rosane Gofman na vida real?
Elas são irmãs de verdade, muito próximas, e cresceram no mesmo ambiente teatral no Rio de Janeiro. Embora tenham carreiras independentes, se apoiam mutuamente. Rosane já disse em entrevista que "Betty é a irmã que me ensinou a rir da vida, mesmo nos piores momentos". A chance de atuarem juntas pela primeira vez na TV é um sonho realizado — e o público está torcendo para que elas se encontrem na trama, mesmo que a escrita ainda não tenha planejado isso.
11 Comentários
Geovana M.- 5 novembro 2025
Essa mulher é pura essência. Carrinho de bebê com cachorro? Sim, por favor. Ela não pede permissão pra existir e isso é lindo.
Quem precisa de filtros quando você tem alma?
MAYARA GERMANA- 6 novembro 2025
ahhh sim claro, mais uma velha que acha que virar mãe aos 45 e andar com cachorro no carrinho é revolucionario, mas esqueceram de mencionar que ela ta na globo desde os 20 e ainda vive do mesmo papel de tia maluca que todo mundo já viu 1000 vezes, mas ai sim, a gente se emociona com o carrinho, pq é mais fácil que reconhecer que ela ta na TV por nostalgia e nao por talento atualizado, tipo, acho que a novela ta sendo vendida como 'a mulher que nao envelhece' mas na verdade ela so nao mudou de personagem, e o publico ta com saudade do passado, nao da mulher de verdade.
ah, e o cachorro? ta na mesma situacao da atriz: nao tem dono, so tem um carrinho.
Flávia Leão- 8 novembro 2025
será que o carrinho é só um símbolo ou será que é o único lugar onde ela ainda se sente mãe? porque se a gente olha bem, a vida dela é um contraste: mãe de gêmeas, atriz de teatro, irmã que nunca atuou com a irmã... e agora, no meio da novela das seis, ela tá lá, com o cachorro no carrinho, como se o mundo inteiro tivesse parado pra ver o que ela vai fazer depois.
mas e se o que ela tá fazendo não for um retorno? e se for só... continuar?
e se a maior revolução não for voltar à globo, mas simplesmente não se importar com o fato de que todo mundo tá esperando ela voltar?
ah, e o cachorro? ele tá ali pra lembrar que nem tudo precisa de cena. só precisa de presença.
Cristiane L- 9 novembro 2025
interessante como o texto fala tanto da mãe e da atriz, mas pouco da mulher por trás disso tudo.
será que ela se sente mais mãe agora, ou mais artista? ou será que essas coisas já se fundiram?
quando ela diz que ouve a radionovela da irmã e se emociona, é só atuação ou é verdade? e se for verdade, isso muda tudo.
porque se ela tá vivendo a personagem antes de gravar, então o que é real e o que é cena?
talvez aí esteja o segredo: ela não interpreta, ela vive. e o carrinho? talvez seja só o lugar onde ela guarda os dois mundos juntos.
Andre Luiz Oliveira Silva- 9 novembro 2025
mano, esse é o tipo de mulher que faz o mundo parar e você se perguntar: por que a gente tá tão obcecado com jovens, aparência e likes se temos alguém assim, aos 60, com gêmeas, cachorro no carrinho e voltando pra globo como se fosse a coisa mais natural do mundo?
ela não tá fazendo marketing, ela tá vivendo.
e o melhor? ela não tá tentando ser jovem, ela tá sendo BETTY.
o carrinho? é o símbolo da maternidade, da loucura, da liberdade e da rejeição ao que a sociedade espera de mulher de 60.
se ela quiser levar o cachorro no carrinho de supermercado amanhã, eu vou atrás com a câmera.
isso aqui não é notícia, isso é um manifesto.
Leandro Almeida-11 novembro 2025
é triste ver como a mídia transforma uma mulher que simplesmente vive em um ícone de resistência. ela não é uma heroína, ela é uma atriz que teve filhos tarde e ama seu cachorro. o resto é construção midiática.
o carrinho? é um acessório. a volta à globo? é um contrato. a irmã na novela? é uma coincidência.
ninguém precisa romantizar isso. ela não pediu pra ser símbolo. a gente é que precisa acreditar em mitos porque a realidade é chata.
deixe ela caminhar em paz. não transforme o cotidiano em epopeia.
Lucas Pirola-12 novembro 2025
...e o carrinho...
...o cachorro...
...os olhos dela...
...a calma...
...o moletom...
...o sol em Ipanema...
...a irmã que ela nunca atuou junto...
...a radionovela...
...o silêncio antes do diálogo...
...a idade que não é número...
...a ausência de pose...
isso tudo...
é mais poderoso que qualquer cena de novela.
ela não precisa falar.
ela já disse tudo.
kang kang-14 novembro 2025
essa mulher é o tipo de pessoa que faz você parar e pensar: 'e se eu viver assim aos 60?' 🤔
sem pressa, sem filtro, sem medo de ser vista como estranha...
o carrinho de bebê com o cachorro? é um emoji de vida real 🐶👶
ela não tá tentando ser bonita, ela tá sendo verdadeira.
e isso é o que a gente perdeu no mundo das redes.
ela é o antídoto.
o mundo precisa de mais Bettrys. 🙏❤️
Juliana Ju Vilela-16 novembro 2025
eu quero ser como ela quando crescer! 🥹
sem medo de ser quem é, sem precisar de likes, sem se desculpar por envelhecer...
ela tá lá, com o cachorro, com as filhas, com a arte, com a vida!
é isso que eu quero pra mim, pra minhas filhas, pra todas as mulheres!
ainda dá tempo de sermos livres, mesmo com 60, 70, 80!
o carrinho? é só o símbolo da liberdade de ser! 💪❤️
Jailma Andrade-17 novembro 2025
essa é a brasileira que a gente precisa celebrar: não a que está no TikTok, mas a que está na areia de Ipanema, com o cachorro no carrinho, sem se importar com o que os outros pensam.
ela representa o Brasil que ainda existe - o das ruas, das famílias, das histórias reais, das mulheres que não se vendem.
o retorno dela à globo não é um evento de entretenimento, é um ato de resistência cultural.
ela não é a estrela da novela.
ela é a alma da novela.
e a gente, como público, tem a responsabilidade de não reduzir isso a um meme.
respeito. 🙏
Leandro Fialho-18 novembro 2025
essa mulher tá aqui pra nos lembrar que a vida não é uma competição de beleza ou juventude.
ela não tá voltando pra globo pra provar nada.
ela tá voltando porque ainda tem histórias pra contar.
e o carrinho? é só o jeito dela de dizer: 'olha, eu ainda consigo carregar o que importa'.
se ela quiser levar o cachorro no carrinho de praia, no de supermercado, no de ônibus... tudo bem.
o mundo precisa de menos pressão e mais Betty.
parabéns, Betty. Você é o que o Brasil precisa.
agora, se me der licença, eu vou levar meu gato no carrinho de bebê amanhã. 🐱